Por CafePoint do Brasil, postado em 11/10/2013
As geadas que atingiram o Paraná, nos meses de julho e agosto, queimaram cerca de 80% dos cafezais. Os efeitos serão sentidos na safra paranaense de 2014, que deve ter uma queda superior a 60%.
Após as geadas, os cafeicultores realizaram a poda dos pés de café. Sem a florada 2013, não tem a colheita em 2014, ano em que os pés de café ainda estarão pequenos. A próxima grande florada seria em 2015, para colheita em 2016. Uma espera de quase três anos até a próxima colheita.
Muitos produtores do norte do estado estão erradicando os cafezais para dar lugar a outras culturas. Segundo Romeu Gair, engenheiro agrônomo da EMATER Londrina, na região de Londrina, 100% das lavouras foram atingidas pela geada. Apenas 10% sofreram poucos danos, com previsão de colheita para a próxima safra, pois apresentaram uma boa florada.
No geral, a safra paranaense 2013 não foi prejudicada. As consequências serão sentidas a partir da safra do ano que vem. De acordo com Gair, a característica da cultura do café é a bienalidade. Quando aconteceu a geada, os ramos produtivos da próxima safra já estavam preparados. “Quando o café é muito afetado pela geada, existe a necessidade de fazer recepa. O café levará três anos para ter uma nova produção”, diz.
Erradicação dos pés de café – A geada, baixos preços e a falta de mão de obra desmotivam os cafeicultores a continuar na atividade. “Os bons preços da soja estimulam a erradicação da lavoura de café. Os cafeicultores mais idosos, sem sucessão familiar, têm deixado a atividade cafeeira, já que os filhos foram trabalhar no meio urbano”, explica Gair.
Para o engenheiro agrônomo, o Paraná tem que trabalhar na produção de café de qualidade e buscar nichos de mercado que valorizem as características do café paranaense. “O Paraná precisa se organizar para produzir qualidade, e não quantidade, e assim conquistar o mercado de cafés especiais”, finaliza.
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