MAR 3, 2014 (Cafepoint)–A seca vivida pelo Brasil deixará o mercado mundial de café sem ao menos 2 milhões de sacas necessárias para o pleno abastecimento em 2014-2015, declarou nesta sexta-feira (7) a Organização Internacional do Café (OIC).
O déficit de produção será “de ao menos 2 milhões de sacas”, declarou em uma coletiva de imprensa em Londres o diretor-executivo da OIC, o brasileiro Roberio Oliveira Silva. Como cada saca tem 60 kg, isso significa que o mercado mundial ficará sem 120 mil toneladas do produto.
A escassez é atribuída “em grande parte à seca brasileira”, declarou o diretor da organização, que reúne os países produtores e que tem sua sede na capital britânica. “Mesmo com o aumento esperado da produção colombiana, não prevemos um mercado equilibrado”.
Oliveira Silva informou que está à espera de que as autoridades brasileiras comuniquem as perdas exatas na colheita de café para ter uma ideia mais precisa da escassez. O Brasil é o primeiro produtor e exportador mundial e viveu em janeiro sua pior seca em décadas.
O Estado de Minas Gerais, onde a maior parte dos cultivos de café do País se localiza, foi particularmente afetado por esse tempo anormalmente seco, justo em pleno amadurecimento dos frutos, que serão colhidos a partir de abril.
A perspectiva de escassez no mercado fez os preços dispararem e a variedade arábica — dois terços da produção brasileira — alcançou nesta semana seus preços mais altos em dois anos.
O preço superou os 2 dólares a libra em Nova York, enquanto a variedade robusta, que é cotada em Londres, alcançou 2.136 dólares a tonelada, seu valor mais alto em quase um ano.
A escassez coincidirá com um período de expansão da demanda, com um crescimento esperado de 2,4% em 2013, segundo estimativas comunicadas por Mauricio Galindo, chefe de operações da OIC.
*As informações são da AFP, adaptadas pelo CaféPoint
http://www.cafepoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-de-noticias/seca-no-brasil-vai-tirar-120-mil-toneladas-de-cafe-do-mercado-mundial-87923n.aspx
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Cecafé vê aumento nas exportações do Brasil em 2014 apesar de seca
diária – 13 de março de 2014
As exportações brasileiras de café deverão subir 6 por cento este ano com a ajuda de estoques abundantes que vão compensar uma seca severa que elevou os preços da commodity nas últimas semanas, disse nesta terça-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
As exportações deverão atingir 33 milhões de sacas de 60 kg em 2014, ante 31,1 milhões de sacas no ano passado, disse à Reuters o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga.
“Em 31 de março do ano passado, o governo publicou os números nacionais de estoques, que haviam subido para 14 milhões de sacas. Um ano antes, os estoques estavam em 8 milhões de sacas”, disse.
Em fevereiro, as exportações de café verde do Brasil somaram 2,5 milhões de sacas, contra 1,97 milhão de sacas embarcadas no mesmo período do ano passado, alta de 27,5 por cento, informou o Cecafé na segunda-feira.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do governo federal, deve divulgar no fim do mês seu levantamento sobre os estoques de passagem mantidos por exportadores, indústrias, cooperativas e produtores.
O Brasil colheu uma ampla safra de 49,2 milhões de sacas no ano passado, segundo a Conab, embora agentes do mercado tenham estimado a colheita entre 53 milhões e 60 milhões de sacas. No ano anterior, a colheita foi de um volume semelhante.
Uma forte alta nas exportações de café robusta em fevereiro, para 143 mil sacas, deverá ser insustentável ao longo do ano, disse Braga, avaliando que os preços domésticos deverão tornar este café pouco competitivo frente o produzido no Vietnã.
O executivo disse que ainda é cedo para prever a nova safra, que começa a ser colhida em maio.
Uma seca muito forte em janeiro e fevereiro reduziu o potencial da colheita total do país em quase 11 por cento, segundo uma pesquisa da Reuters com analistas, agentes de mercado e produtores.
A Conab estimou, em janeiro, a nova safra em 48,3 milhões de sacas, sem computar as perdas com a seca.
Com a alta recente nos preços internacionais, os produtores não deverão exercer suas opções de venda de 3 milhões de sacas para o governo, uma possibilidade prevista nos contratos de opção ofertados no final do ano passado, numa tentativa das autoridades de sustentar os preços, que eram baixos naquela época.
Ao contrário, os produtores irão vender este café arábica no mercado livre, obtendo preços acima dos estabelecidos na opção do governo.
“Estes 3 milhões de sacas irão manter as exportações firmes em junho e julho, enquanto a nova safra ainda estiver sendo preparada. Os carregamentos também costumam ser fortes no meses de outubro e novembro, com o tempo mais frio no Hemisfério Norte”, acrescentou o executivo.
As informações são da Reuters, adaptadas pelo CaféPoint
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