Español
4161 views July 28, 2014 posted by Maja Wallengren

Blog do Café: Qual a real situação da safra 2014-2015 do café no Brasil?

  Share...
Brazil Rain Damage

JUL 28, 2014 (Cafepoint)–Após a seca ocorrida no início do ano, projeções foram lançadas a cerca da colheita cafeeira da safra 2014/2015. Em sua segunda estimativa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou que a produção de 2014 teria 9,33% de sacas a menos que na safra anterior.

Agora, com a colheita em andamento avançado, nós queremos saber o que os cafeicultores estão registrando, de fato, em suas lavouras.

Colabore respondendo a pesquisa Colheita Cafeeira na safra 2014/2015, abaixo. Os dados coletados serão divulgados aqui, no site CaféPoint.

Ver aos comentarios aqui: http://www.cafepoint.com.br/noticias/producao/qual-a-real-situacao-da-safra-20142015-do-cafe-90245n.aspx

Christina Valle
Guaranésia – Minas Gerais – Produção de café
postado em 28/07/2014
Nunca ,em 45 anos trabalhando com produção de cafe ,presenciei uma colheita como essa: de grãos chochos ,deformados ,irregulares e de um só grao.Desanimador .

Carlos Henrique Passos
Araguari – Minas Gerais – Produção de café
postado em 29/07/2014
Acho que a pesquisa tem que levar em conta a bi-anuidade do café. Ou seja, comparar colheita de 2013/2014 com a de 2012/2011. Pois a de 2013/2012, no meu caso, foi muito ruim. Quebra de 90% em relação a anterior (2012/2011).

Edimar Gonçalves Carvalho
Guaçuí – Espírito Santo – Insumos para indústria, distribuição e varejo
postado em 29/07/2014
SERÁ UM BOM ÍNDICE ESTA PESQUISA, DESDE QUE OS PRODUTORES RESPONDEREM COM COERÊNCIA, POIS NÃO HÁ COMO FISCALIZAR AS RESPOSTAS.

Adelber Vilhena Braga
Campestre – Minas Gerais – cafeicultor, administrador pós grad. cafeicultura.
postado em 29/07/2014
Por se localizar a uma altitude entre 1100 e 1200 metros de altitude e portanto a uma temperatura média inferior as demais regiões a qualidade do café apesar da maturação tardia está boa. Os efeitos da seca de Janeiro e Fevereiro certamente serão percebidos na próxima safra por causa do pouco desenvolvimento dos ramos e consequente diminuição dos entrenós produtivos.

Eduardo Maciel Furquim
Cordislândia – Minas Gerais – Produtor de Leite
postado em 29/07/2014
Muito boa esta pesquisa. Este tipo de iniciativa é muito boa no sentido dos produtores ajudarem para o real diagnóstico da cafeicultura. Se tivermos mais representação junto ao governo poderemos planejar melhor as nossas lavouras e ter a real estimativa de safra. Dados mais confiáveis diminuem a especculação nos proporciona mais segurança em relação a comercialização de nosso café.

Eric Ker Bretas Werner
OUTRA – OUTRO – OUTRA
postado em 29/07/2014
Devemos ter muita responsabilidade para responder a este questionário, para que a pesquisa tenha credibilidade.
E ao informarmos sobre nossa real situação, e os resultados da pesquisa forem divulgados, vamos ter muito mais parâmetros para avaliar, a sensibilidade do mercado com relação a quebra na produção, nos auxiliando em nossos negócios. Talvez, uma pergunta que seria essencial nesta pesquisa, seria uma que perguntasse quantos litros de fruto, estão sendo necessários para se encher uma saca de café

mario dornelles de alvarenga
Perdões – Minas Gerais – produçaõ de cafe
postado em 29/07/2014
Com certeza a safra real deste ano não será divulgada,apesar da alta que vier, teremos colhido a incrivel safra de 34 milhoes de saca de arabica,pois conab(governo) não querem cafe alto,em ano de eleiçaõ com inflação de 6,5%;porém a falta de estoque para 2015 e safra que vier farão os numeros da conab e mercado parecerem piada.

josé Hess
Curitiba – Paraná – engenheiro da FAEP responsável pelo café
postado em 29/07/2014
Eu acho muito difícil a colheita do café arábica passado por tantos prejuízos, de seca, geada e falta de investimentos na produção e manejo, vai apenas ter uma perda de 9,3%, outra coisa que me espanta é a estatística no Brasil que sabe-se que de precisão e de parâmetros somos bastante omissos, colocarem um índice de 9,3%????. Olha sem fazer pesquisa e só de ver as propriedades e ler os comentários as perdas serão superiores a 25% números redondos por favor.

E eles contam com a nossa falta de pesquisa interna na propriedade, então fica tudo como dantes,…..As coisas tem de começar a ser mais sério no Brasil tudo na ponta do lápis com credibilidade, se não continuaremos sendo um pais do faz de conta, ou como Charles de Gaulle disse isto não é sério. As forças ocultas tentam nos dizer que não tivemos tantas perdas para os preços não subirem e não não estão.

FlavioArantes
OUTRA – OUTRO – OUTRA
postado em 29/07/2014
nunca tivemos uma seca de 60 dias, período de 45 anos os cafe esta com grão miúdo
deformado ou vou ter quebra de 10 a 20% nossa região.Agora com chegado do el ninho
as chuvas anteciparão, o cafe que esta no chão com umidade solo o cafe tem a perder qualidade. Eu acho que saca de cafe volta patamar de 500 reais ate dezembro de 2014
porque vai ter pouco cafe de qualidade.E cafe de varrição começa ter um deságio de 30 reais por saca beneficiada.

Walci Nunes Leitao
Santo Antônio do Amparo – Minas Gerais – Consultoria/extensão rural
postado em 29/07/2014
AS Perdas Serao Acima dos 13% Na Regiao A Qualidade Pessima.

Carlos Alberto de Carvalho Costa
Muqui – Espírito Santo – Produção de café
postado em 30/07/2014
No norte do ES aonde só existem lavouras com clones novos e irrigadas o café conilon não terá quebra, mas no sul do estado terá uma quebra de no mínimo 10% devido a seca e as lavouras são velhas e não são irrigadas. Considerando os dois extremos, acho que o conilon no estado terá um pequeno aumento de 10% a 15%, mas nunca 16 milhões de sacas como os especuladores de plantão estão falando.

Roberto Guimarães Rivera de Rezende
Três Pontas – Minas Gerais – Produção de café
postado em 01/08/2014
A situação das lavouras é preocupante pós colheita. Cafés com grande deficiente hídrico com floradas prematuras já nessa época do ano.

galeno leite
Medeiros – Minas Gerais – Produção de café
postado em 07/08/2014
Em nossa região ,Medeiros Centro Oeste Mineiro, teremos uma queda de 20 a30% com certeza ;na grande maioria das propriedades gasta se até 800 litros para fazer uma saca de 60 kg e o que e muito preocupante , as lavouras estão sentindo muito a falta de água ; após a colheita estamos observando uma queda drástica de folhas além de não ter tido um desenvolvimento adequado dos ramos ;a próxima safra está bastante comprometida.Tivemos a safra 2012/2013 com preços péssimos essa safra 2013/2014 com essa queda produção e a safra 2014/2015 comprometida.Como é que vamos pagar nossas contas?

Ivone de Oliveira Ardenghe
Mirassol – São Paulo – Estudante
postado em 10/08/2014
Diante dos relatos dos produtores de café ,essa não é a melhor hora de iniciar na produção de café.

galeno leite
Medeiros – Minas Gerais – Produção de café
postado em 12/08/2014
prezada Ivone;
Te asseguro que se tivesse como voltar atrás muitos produtores de café não teriam entrado na atividade.

daniel renno sampaio
Santa Rita do Sapucaí – Minas Gerais – Produção de café
postado em 12/08/2014
CONCORDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

josé Hess
Curitiba – Paraná – engenheiro da FAEP responsável pelo café
postado em 12/08/2014
A questão não está na atividade do café, mas sim na representatividade do setor perante o país e do governo assumir o papel de nosso representante perante o mundo. Vejam bem, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, e a Alemanha é a maior exportadora??? O governo tem de mostrar ao mundo a nossa marca do café do Brasil.Tem de enviar as embaixadas e fazer um markting internacional do café para o mundo. O nosso pais não é futebol e samba é o maior produtor mundial de produtos agrícolas o mundo precisa saber disso. Como que faz para crecermos? É vendermos mais lá fora, mas o controle tem de estar nas mãos de empresários brasileiros e do governo, com vinculo direto aos produtores brasileiros, dai todos ganham. Fora disso continuamos na mesma. E não é só no café é em todo o setor econômico do Brasil. Temos de ser estratégicos. Temos de pensar que nós somos todos BRASIL.

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 12/08/2014
Prezado José Hess;
Posicionamento um tanto Instigante!!! Este seu.

Muito bem!!! Pretendo somar parafraseando Evair Vieira de Mello,

Incaper, Venda Nova do Imigrante – ES.

(…) 5. Cafés Especiais na Terra do “Tio Sam”

OS GANHOS COM O CAFÉ ESPECIAL, DA LAVOURA NO BRASIL À XÍCARA NOS ESTADOS UNIDOS:

– Uma saca de 60 kg-¹ de Café especial rende até US$ 240 para o produtor no Brasil;

– O Café é exportado para os EUA, onde os 60 kg-¹ encolhem para 48 kg-¹ após a torrefação;

– Cada kg-¹ de Café torrado, vale em média, US$ 20 nos EUA, com um kg-¹ se faz 140 xícaras de Café expresso;

– Como nas lojas de Café especial nos EUA, a xícara do expresso sai por US$ 1,75, um kg-¹ rende US$ 245;

– Logo, uma simples saca de café especial permite rendimento de até US$ 11. 760.

Bibliografia consultada:

– MELO, E. V.; A cafeicultura no Brasil – cafés especiais na terra do tio sam. Anais… Viçosa: UFV, 2001. 573 – 574p.

A questão é:

– Quem ganha ou tem ganhado com isso?

Houve mudanças relevantes no senário internacional (mesmo sabido da questão, sendo blend’s) no decorrer dos 06 anos agrícolas subsequentes? Ou melhor dizendo: Estou preparado para corresponder (dentro e fora da porteira) as exigências do consumidor europeu etc.? Que são tamanhas…

Ora, estou (Brasil) a passos firmes do horizonte produtivo. Tenho (Brasil) bastante embasamento científico sobre estes aspectos; sobre tais atributos.

Como faço para vê-los em prática?

José Hess foi bastante feliz em suas colocações: Necessitamos sim, urgentemente!!! Por uma medida emergencial de nossos representantes quanto governos (estendendo-a como Projeto), ou seja visão de médio-longo prazo e não apaga-fogo.

Ora, não possamos ficar de braços cruzados e observarmos Nossos Produtores se descapitalizarem. Entretanto agrega-se a isto o fator “Dentro da porteira”. como está lá (produtor e técnico)?

De acordo com Frederico de Almeida Daher (2014):

(…) O Ser Humano, por índole, ainda é um Ser individualista, e fixado em si mesmo; e…

(…) Infelizmente ainda estamos na ideia egoica de que podemos privatizar os lucros e coletivizar os prejuízos.

Não obstante essa realidade o modelo cooperativista quando bem conduzido apresenta exemplos extraordinários (digo coletividade, representatividade e transparência aos cooperados, fora e dentro da porteira); e…

(*) Fato é que, Nosso País já não é futebol a muito tempo, e o samba não apresenta viabilização econômica para 200 – 220 milhões de pessoas, e uma andorinha, sozinha não se faz verão!!!.

Digno de destaque: Somos e Seremos um dos maiores Celeiros do Mundo. Agora devemos acreditar!!! Trabalharmos de forma conjunta (fora e dentro da porteira).

(*) Estamos em uma era (que vai muito além da produção ou produtividade); estamos na fase de Gestão Sustentável.

Boa noite! A todos.

Adelber Vilhena Braga
Campestre – Minas Gerais – cafeicultor, administrador pós grad. cafeicultura.
postado em 13/08/2014
Caro Uanderson Athayde Moura

Faço minhas suas palavras e conte comigo.
É preciso pararmos de mesquinharia, unir forças e pensar grande!

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 14/08/2014
Voltando…

(…) De acordo com Marcel Innocentini, São Sebastião do Paraíso – Minas Gerais – Indústria de café (2013): Enquanto o Brasil for exportador de “commodity”, a crise não terá fim!

Infelizmente, muito parecido com o petróleo: A produção é nacional, o preço, internacional, quem paga é o povo, quem lucra é o governo; e…

Voltando ao café…

A produção, também é nacional (penso que sejamos o maior produtor), o preço, “também é internacional”, quem paga é o povo, “quem lucra é o estrangeiro” (como vimos anteriormente).

Amigos (as),
qualquer Agricultor (a) “sabe” (na ponta da língua): Trabalho tanto… Porém quem lucra é o Atravessador etc.

Traduzindo: Minha receita, quando cobre; absorve apenas o COE – Custo operacional efetivo. Entretanto, Diz-se que, não apresentou Viabilidade Técnica. INFELIZMENTE, grande maioria de nossos produtores (as) ESTÁ neste patamar, ou pior, não sabem onde estão!

Meus caros,

O desejo de todo Produtor (a): Para quem posso vender (público-alvo)? Respondemos: Já temos! (com folga!).

Mas… O produtor deveria instigar mais: Que tipo de produto então devo oferecer? E ainda: Como faço para estreitar o caminho (Agricultor Vs. Consumidor)?

Um pouco mais…
Sei que meu produto é e será, talvez por um longo período de tempo, uma “commodity”. Então, tenho como prevenir-me (digo plano “b”, “c”, “d” etc.)? Ou melhor: Como faço para não ser surpreendido constantemente? Pois, pretendo ficar no ramo… (e sabemos que dá!).

Gente…
Não posso colocar TODA responsabilidade nos “Governos”, TENHO que assumir meu papel (Técnicos e Produtor (a)), FAZER minha parte FORA E DENTRO DA PORTEIRA (temos parte!).

DEVO recorrer constantemente aos cálculos, ora, Técnico mexe com números; TÉCNICO, DEVE PRESERVAR A SAÚDE FINANCEIRA DE SEU PRODUTOR, ou melhor, se o Produtor (a) cair, cairei junto também! Afinal, estudei e estudo para quê?

Os desafios:
– Adotar um belo plano de gestão;
– Atender as necessidades do consumidor (crescente e sustentável);
Neste caso, se tenho um canal, na verdade não tenho nenhum! (devo ter no mínimo dois).
– Produtividade Sustentável (e não produção);
– Atentar-se ao COT – Custo Operacional Total;
– Ser ético e transparente (ambos);

Boa tarde! A todos.

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 15/08/2014
Finalizando…

Bem, muita gente deve está se perguntando: “Afinal de contas, estamos discutindo sobre qual temática”? Ou melhor: “Ah! Pensei que estivéssemos discutindo sobre Comportamentos Climáticos etc”.

Gente…

Devemos nos orgulhar: “Somos um dos países que poderiam exportar Clima!” Nosso problema não está aqui! E a pesquisa a todo instante tem nos mostrado isto! Bastando-se apenas “queremos enxergar”; querermos aceitar o real problema!

Portanto,

PEÇO-LHES MINHAS SINCERAS DESCULPAS, se passei algum tom de arrogância; se passei algum tom de soberania, enfim, se me apresentei como tal, onde não foi este o MEU real motivo de contribuição. Sou mais um aluno! Que “ainda” acredita” neste mundo, o mundo agrícola.

REFLEXÃO:

– O problema da estiagem: Ah! Este perdurará por muito tempo, mas, Sabemos como revertê-lo, ou melhor, amenizá-lo.

– O problema da planta (se é que existe): Isto é Fisiologia, sendo que, respondido por Bioquímica, enfim, haverá mudanças um tanto significantes, mas, muitas coisas não mudarão (sabemos disso!), então, devo entender e aceitá-la, ou melhor, devo aprender como conviver em harmonia (Clima, Solo e Planta).

Digno de destaque:

– Apresentamos pouca importância a um dos principais elos da cadeia, “a gestão de pessoas”, ou meio social, este sim! Pode virá um sério problema! (não querendo dizer que já é). Não gerenciamos pessoas; gerenciamos máquinas, máquinas “ainda” não operam sozinhas; máquinas necessitam por pessoas qualificadas! Treinadas! Etc.

– Devemos estreitar o caminho (Técnicos Vs. Produtor) entre: Contador, Economista, etc. enfim, não se brinca com o dinheiro alheio.

Gostaria de finalizar dizendo: Desculpem-me quanto ao exagero; desculpem-me, caso tenha vos ofendido (sou falho, reconheço isto).

Obrigado! Pela oportunidade quanto aprendizados (digo por mim; aprendo muito com vocês).

Desejo, do fundo do meu coração: Sucesso! A todos vocês; que colham bons frutos (afinal, aqui se planta; aqui se colhe).

Forte abraço, fiquem com Deus.

Sival
Bonito – Bahia – Produção de café
postado em 15/08/2014
Bom dia, muito legal essa iniciativa da equipe Café Point; em fazer essa pesquisa,
só espero que todos colaborem com maior transparência possível ao responderem o questionário.
Porque assim acredito que possamos dar um passo adiante.

josé Hess
Curitiba – Paraná – engenheiro da FAEP responsável pelo café
postado em 15/08/2014
Os dados do campo futuro da Universidade Federal de Lavras é muito importante os produtores acessarem e seguirem, adaptando seus custos reais para a planilha deles, voces verão como está os custos para cada um. Desta forma poderão gerenciar melhor suas atividades e buscar novas opções de economia e possíveis lucros.
Como o café é uma cultura perene não é de um ano para outro que se consegue mudar a gestão ou o planejamento, deve-se ter na propriedade outra atividade que renda com menos tempo, e aos poucos adotar novas praticas de manejo e gestão até chegar no ápice da produtividade do café, formar associações e ficar atento no mercado também deve ajudar em muito.

pedro rogerio fernandes
São Paulo – São Paulo – Produção de café
postado em 15/08/2014
Concordo com a Cristina Vale. Deve-se contar com a quebra para a próxima safra. Que já é certa, mesmo que o tempo corra normalmente, Se houver algum problema climático a situação ficará insustentavel para continuar a atividade, principalmente aos pequenos e médios produtores.

Nelson Barrizzelli
Andradas – Minas Gerais – Produção de café
postado em 15/08/2014
Interessante as observações sobre a importância da confiabilidade das respostas na pesquisa. Por um problema cultural, sempre desconfiamos de que alguém está tentando enganar os outros. Não partimos do pressuposto de que o informante diz é verdade até prova em contrário. Li anteriormente que a desconfiança vem do fato de que as respostas não podem ser confirmadas (provavelmente por terceiros). Por que esses terceiros seriam mais confiáveis? E de desconfiança em desconfiança acabaríamos chegando nos fiscais do Ministério da Agricultura (seriam eles mais confiáveis). O pior é que nossos filhos e netos, crescem partindo do mesmo pressuposto e se colocam em posição de defesa na escola, no trabalho, nas atividades sociais, etc. No modelo cooperativista ocorre o mesmo problema entre os cooperados. Quem está ganhando e quem está perdendo nesse ambiente? Quem a Diretoria está privilegiando? Devo acreditar no que me dizem? Alguém está obtendo vantagens? Isso nos leva a um individualismo e a uma descrença institucional responsável por muitas das desgraças econômicas que ocorrem no país. Infelizmente não se mantém estável uma nação com base na desconfiança em relação ao vizinho, ao empregador, ao colega do mesmo ramo, etc. Quero apenas lembrar que o Ex-Presidente Nixon foi tirado do cargo, nos anos 70, por tem mentido para a Nação americana, porque nos Estados Unidos ninguém imagina que o seu interlocutor está deliberadamente mentindo. Portanto, vamos partir do pressuposto de que a pesquisa é boa, correta, reflete a realidade e vai nos ajudar a sensibilizar quem decide a política do café no Brasil, de que realmente a crise no setor existe, não é “choradeira” e vai continuar pelas próximas duas colheitas, pelo menos. Talvez isso nos ajude a receber, pelo menos, o valor correspondente ao custo do nosso trabalho.

Valdecir Pedro Brambilla
Adamantina – São Paulo – Produção de café
postado em 17/08/2014
Com relação a produção necessario se torna ficarmos atento ao volume ilusorio do café em coco ou seja o rendimento dos grãos no beneficiamento.Este foi um ano atipico, porque se normalmente 7 sacas de 60 litros cereja representa um saco limpo, este ano a média está em torno de 10 sacas cereje para um beneficiado, isso confirma a má formação dos grãos com consequente quebra na produção. O triste quadro da cafeicultura nos leva a presenciar os produtores de grãos como soja, trigo e milho em franca espansão e com bons resultados, enquanto os cafeicultores continuam se descapitalizando e trabalhando duro para sustentar multinacionais e bancos, a realidade é que ao invés de recebermos estamos pagando para produzir. acho que é a hora do basta.

alexandre castro cambraia
Oliveira – Minas Gerais – Produção de café
postado em 18/08/2014
Sobre a questão do Sr. Uanderson de exportarmos commodities concordo que é o x da questão, o fator principal. Mas como ou quem seria o responsável técnica e financeiramente para industrializar (torrar, moer etc…) nosso café e exportar somente o produto pronto para consumo final? Lembrando que são aprox. 40 milhões de sacas de café quem seria capaz de tal investimento? Penso que se houvesse uma união entre governo (financiador) cooperativas (projetos, desenvolvimento, execução, administração) e produtores esse sonho seria possível. Pense na quantidade de empregos que seriam gerados no país sem falar na arrecadação de impostos e na distribuição de lucro entre os cooperados que devem ser os maiores beneficiários desse sistema. O Brasil precisa parar de ser Colônia Rural Subdesenvolvida para se tornar o que está predestinado para ser: Uma Megapotência Industrial Agrícola fornecendo todas as variedades de alimentos já industrializados e prontos para consumo ao redor de todo o mundo.Isso inclui principalmente o café, claro.

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 18/08/2014
Caro Sr. Alexandre Castro Cambraia, de Oliveira – Minas Gerais – Produção de Café,

parabenizo-lhe pelo “pensamento”, e acima de tudo, por sua excelente postura diante da temática.

De cordo com Adilson Aguiar (2011):
– Qualquer Atividade Econômica apresenta suas PECULIARIDADES;
– Tais PECULIARIDADES apresentam numerosos DESAFIOS;
– Os DESAFIOS apresentam REAIS OPORTUNIDADES.

(*) As oportunidades são paradigmas existentes e devemos quebrá-las! A todo instante.

Entretanto,
mesmo em se tratando de uma Cultura “Perene” (Cafeeiro), sabemos que, estamos a passos largos e firmes rumo a “Produtividade (ápice de respostas) “, ou seja, estamos muito próximos da luz do conhecimento científico.

Partindo deste pressuposto,
o mercado será consequência do Produto a ser apresentado. Isto é fato!

Rafael Costa Neves
Barretos – São Paulo – Consultoria/extensão rural
postado em 18/08/2014
A deficiência hídrica e abertura prematura de flores vão nos preocupar e muito para a expectativa de safra seguinte.

josé Hess
Curitiba – Paraná – engenheiro da FAEP responsável pelo café
postado em 19/08/2014
Concordo com todos é uma contribuição evidente de nossa classe, em especial a do Sr. Alexandre Castro Cambraia, temo de agir como nos demais países, trabalhar em conjunto e exigir de nossos candidatos à políticos que nos ouçam e façam aquilo que estamos exigindo pois quem dá o cargo à eles somos nós através de nossos votos. Mas eles tem de saber disso, a classe tem de chamar eles para uma audiência e nos ouvir de verdade.
Nós temos de inverter o processo os políticos tem de fazer as coisas para o Brasil e para nós que os sustentamos, se não fora…

Eduardo Lima
Ouro Branco Ouro Fino – Minas Gerais – Produção de café
postado em 19/08/2014
Quebra média p/ safra 2014 será de 20 a 30 % (MÉDIA) pois tem regiões que a quebra chega a 90% p/ lavouras novas, ate 3,5 anos. safra 2015, a quebra sai de 30% para quem não tem irrigação. O numero de internódios estão em média com 7 a 8 pares de folha, quando, no período, deveriam estar com 12 a 14. Não sei o que o mercado esta esperando. Vai faltar café e não é pouco. Diria que a quebra pode chegar a 20 milhões de sacas entre 2014 e 2015. Tem estoque de passagem pra garantir essa perda?

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 19/08/2014
Boa noite!

O QUE NOSSOS CONCORRENTES ESTÃO FAZENDO?

HONDURAS – ESTRELA EM ASCENSÃO
Expansão da produção:
 50% na última década;
 novas plantações;
 aumento da qualidade;
– 4 milhões de sacas em 2011;
 expectativa de chegar a 5 milhões em 2012/13;
– Custos de produção mais baixos que BR;
– Terras + mão de obra disponíveis;
– Problemas com segurança.

PERU – AVANÇA RAPIDAMENTE
Produção com grande crescimento:
 4 milhões de sacas em 2011;
 expansão área plantada;
 mas… produtividade baixíssima;
– Destaque para os cafés especiais;
 15% da produção;
– Substituto (mais barato) para Colômbia;
– Maior produtor mundial de orgânico;
– E a sustentabilidade?.

COLÔMBIA – RECUPERAÇÃO DIFÍCIL:
– Café sofre com mudanças climáticas:
 excesso de chuvas;
 La Niña;
– Produção caiu drasticamente em anos recentes:
 de 12 para 7,5 milhões de sacas (2011);
 renovação dos cafezais + clima + broca;
 diversificação (outras oportunidades);
– País é hoje o 3º/4º/5º (?) produtor mundial;
 3ª posição ameaçada por Indonésia e Etiópia;
 safra 2012 ainda é um mistério (8 milhões?);

VIETNÃ AMADURECE
Safras recentes estáveis 18 milhões de sacas:
 50% parque a renovar;
 falta água para irrigação;
 custos de produção crescendo… mas ainda menores que América Latina;
 efeito “sanfona” – insumos + irrigação;
– Produtividade aumenta;
– Infraestrutura de produção se consolida;
 forte apoio do governo;
 assistência técnica para pequenos;
 expansão de benefícios secos;
 agregação de valor através do polimento úmido de café verde;
 problemas com qualidade persistem;
– Grande expansão de produção de solúvel.

INDONÉSIA PODE ACORDAR
– 3° maior produtor mundial de Robusta:
 atrás do Vietnã;
 9 milhões de sacas em 2011;
 potencial de 10 a 12 milhões;
 produtividade muito baixa;
– Produção muito sensível a clima;
 La Niña;
 chuvas e/ou secas;
– Consumo interno de café cresce;
 jovens + classe média;
 3 em 1;
 solúvel;
 T+M;
– Arábica não cresce;
 importação de café.

E A ÁFRICA?
Produção de Arábica cresce lentamente:
 Etiópia lidera crescimento (8 milhões de sacas);
 destaque para cafés gourmet – Ruanda e Tanzânia;
 prêmios crescentes de preço;
– Quênia e Zâmbia investem em promoção de origens;
– Robusta regride e pára:
 de 16 mi sacas (anos 70) para 7 mi sacas hoje;
 produção transferida para VT e BR;
– Possível reação dos Robustas africanos?
 Uganda;
 Costa Marfim;
 Angola;

ETIÓPIA
Produção expandiu 60% na última década
 produtividade ainda baixa:
– Preços e prêmios começam a chegar ao produtor;
 grande entusiasmo;
– Cafés lavados crescem;
– Diminuição da sombra?;
– Orgânico e sustentável;
– Consumo interno grande (3,5 milhões de sacas/ano).

Vemos que,
Apoio de mosso governo é importante… Grande impacto na produtividade. Já temos apoio técnico!

O futuro da cafeicultura brasileira.
Disponível em:
. Acesso em: 19/08/2014

Uanderson Athayde Moura
Tomé-Açu – Pará – Consultoria/extensão rural
postado em 20/08/2014
Atenção!

Vimos anteriormente alguns números “frios”, mas… Mudou o quê?

Continuando…

RESUMO:

A PRODUÇÃO MUNDIAL

PÓLOS DINÂMICOS
– Brasil (A+R)
– Honduras (A)
– Peru (A)
– Etiópia (A)

PÓLOS SEMI-DINÂMICOS
– Vietnã (R)
– Indonésia (R)
– Problemas
– Colômbia (A)

Lê-se:
A = Arábica;
R = Robusta.

TIPO DE CAFÉ 1980 (%) 2001 (%) 2011 (%)
ARÁBICA 74 66 63
ROBUSTA 26 34 37

ALGUMAS TENDÊNCIAS OBSERVADAS…

-Crescimento econômico nas origens:
por um lado impulsiona aumento do consumo de café;
por outro favorece a diversificação (novas oportunidades);
destaque países América Latina.

-Assistência técnica é fundamental:
apoio do governo importante para chegar aos pequenos;
grande impacto na produtividade;
organização!

-Preços do café influenciam produtividade até certo ponto:
quando a produtividade é muito baixa, aumento dos preços não surte efeito esperado.

Entretanto…

“O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE É CHAVE PARA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DOS PRODUTORES”.

A NOVA REVOLUÇÃO DO CAFÉ: PRODUTIVIDADE

Brasil 25% da área plantada
Vietnã 50% da produção mundial de café

-Produtividade:
Brasil + Vietnã: ~23 sacas/ha (1,38 tons/ha);
restante do mundo: ~9 sacas/ha (0,54 tons/ha).

-Expandir área plantada custa caro:
não há mudas disponíveis;
nova área ou mais densidade?

-Produtividade mínima nos sistemas de certificação?
gerenciamento;
sustentabilidade do produtor;

(*) Há um luz no fim do túnel…

BENEFÍCIOS >CUSTOS – Difusão de tecnologias sustentáveis
-Treinamento (ATER’S, EMBRAPA, PROCAFÉ, Universidades, etc.):
tecnologia (estamos muito próximos da luz do conhecimento científico!);
gerenciamento (cooperativas, associações, ONG’S, etc.).

-Financiamento (aqui entra o governo! e a iniciativa privada).
-Organização de grupos (temos condições de aplicá-la, com auxílio de cooperativas ,associações etc.).

PROPOSTA DE ESTRATÉGIA

-Eixos de intervenção:
extensão rural e assistência técnica;
treinamento;
financiamento;
organização dos pequenos produtores.

-Parcerias serão fundamentais para potencializar boas práticas:
traders / exportadores;
cooperativas / associações;
torradores.

-Aproveitar programas nacionais que funcionam:
Certifica Minas;
Educampo (Sebrae);
Incaper;
PIC.

“DEVEMOS AUMENTAR A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE ARÁBICA E CONILON”.

COOPERAÇÃO EM TODOS OS NÍVEIS

-Enfatizar extensão no Consórcio Pesquisa Café:
projetos de difusão de tecnologia;
fundos alocados para tal fim pelo Funcafé.

-Parcerias e projetos com instituições existentes:
coordenação central;
orçamento para projetos;
otimização recursos.

-Rede de transferência de tecnologia aos produtores:
consolidar difusão dos conhecimentos;
-Pacotes tecnológicos específicos para cada região produtora

O futuro da cafeicultura brasileira.
Disponível em:
. Acesso em: 20/08/2014.

Alysson Vilela Fagundes
Boa Esperança – Minas Gerais – Consultoria/extensão rural
postado em 23/08/2014
Caros amigos do Café Point, saudações…

nós da Fundação Procafé fizemos um levantamento em abril desse ano e constatamos uma perda média no Brasil de 18%. Sendo o Sul de Minas a região mais afetada com 30% de perda.

Eu particularmente atuo na região de Varginha (Sul de Minas) e o que estamos vendo aqui é uma quebra de exatamente 30%. Logicamente que temos produtores com quebras maiores e menores. Mas na média, o número que levantamos foi muito próximo da realidade.

A Fundação Procafé foi a campo e realizou o levantamento por meio de coleta e corte de frutos.

Agora iremos fazer um novo levantamento de confirmação das estimativas de perdas. Mas já sabemos que não passamos longe no levantamento prévio.

alexandre castro cambraia
Oliveira – Minas Gerais – Produção de café
postado em 25/08/2014
As perdas são reais é só observar o beneficiamento do café produzido nesta safra.Lavouras com até cinco anos estão quebrando em torno de 50%.Tenho uma lavoura da variedade Catucai Amarelo ( pra mim uma das piores variedades de café já criadas, uma prova de que a modificação genética de especies visando uma suposta melhora de seu desempenho só atrapalha.Pra começar a resistência a ferrugem só dura nos primeiros 3 ou 4 anos. Depois a necessidade de agrotóxicos é a mesma de uma lavoura de espécie não modificada como o mundo novo.Segundo o café que produzem é muito pequeno chega a ser patético se comparado ao mundo novo, tão miúdo que não serve para expresso peneira 15 ou menos tem menos valor… A quebra e o escolha é sempre maior que de uma lavoura catuai ou mundo novo antigo.)que produziu 160 sacos que na medida seriam 230 ou seja quebra de +- 30% sendo 10 sacas de escolha!! Pra cada 15 sacas de bica corrida 01 de escolha.E a máquina não estava no limite ou seja poderia ser feita uma seleção ainda mais rigorosa o que aumentaria o índice de escolha para algo em torno de vinte sacas ou 15%.Nas lavouras de especies como mundo novo, catuai vermelho e Acaia a quebra foi bem menor de 10% ou menos e o rendimento bem maior ou seja menos percentual de escolha também, algo em torno de 5% mas com a máquina selecionando o máximo ou seja jogando todos os defeitos pro escolha inclusive deixando passar até algum café bom porém miúdo devido a quebra pela estiagem.As lavouras mais novas também já abriram sua primeira florada com a última chuva

alexandre castro cambraia
Oliveira – Minas Gerais – Produção de café
postado em 25/08/2014
(Continuação) florada que com certeza não vingará devido a estiagem… As lavouras mais antigas aparentemente estão sentindo menos e ainda(graças a deus) não abriram florada.Espero que ela só venha quando vierem as chuvas.

josé Hess
Curitiba – Paraná – engenheiro da FAEP responsável pelo café
postado em 25/08/2014
Portanto como o Sr. Alysson Vilela expõe que a queda estará em torno de no mínimo 18%, portanto confirma que o índice da CONAB de 9,33% de precisão britânica nada tem a ver com a nossa realidade,OK?

Então nós todos devemos analisar o nosso mercado real de no mínimo 20% de quebar a nível de Brasil pois estados de MG, Paraná e outros é muito mais..

Adauto Augusto de Assis
OUTRA – OUTRO – OUTRA
postado em 25/08/2014
Boa noite,eu trabalhei em 32 propriedades colhendo café, e sou pequeno produtor,tem um pouquinho irrigado,mais digo a vcs a perca 2014 sera maior que imaginamos,e para 2015 só Deus sabe, vai faltar muito café no Brasil e consequentemente no mundo,florada fora do tempo,lavouras secando,ferrugem,bicho mineiro e broca estão a todo vapor,e os produtos que controla mais adubos estão subindo como rojão, temos que dar as mãos ou o trem ta feio,o preço do café tem que reagir, quem poder guardem seus café!!!
Abraço a todos fiquem com Deus.

JARBAS CLETO LOPES
Pouso Alegre – Minas Gerais – Produção de café
postado há 2 dias atrás
Produtor ha mais de 20 anos, nunca presenciei estiagens consecutivas como estas que vem ocorrendo em nosso Sul de Minas(São Gonçalo do Sapucai MG). O fato e que a produtividade só tende a diminuir e a ocorrência de doenças do cafeeiro aumentar e a produtividade/ rendimento cair. As previsões de safra/produtividade se tornam mais dificeis.Haverá falta do produto, não há dúvida.Os custos de produção, notadamente os cafés de montanha, vem aumentando ano a ano e , apesar dos preços atuais, muitos desistirão da atividade.Precisamos de mundanças de politica e gestão de governo,com adoção de medidas concretas visando mundança de cenario do agronegocio do Brasil. Chega de commodities.Ha necessidade de mundanças mundiais para o agronegocio Café. Não é justo o produtor receber pela saca de café o mesmo valor de 1 kg obtido no exterior (US$250). Parabenizo todos pelos seus comentários.

  Share...

Share This Article

Leave a Reply

Your email address will not be published.