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6806 views October 17, 2013 posted by Maja Wallengren

Fundação Procafé: Florada mostra problemas e acertos nas lavouras de café

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Ecuador28

OCT 17, 2013 (Procafé/Cafepoint)–Neste ano as floradas dos cafezais chegaram mais cedo, em finais de setembro. Elas, como se sabe, são o prenuncio da nova safra, a ser colhida em 2014.

Em época de crise como a atual, com preços do café, no geral, abaixo dos custos de produção, o volume da futura safra, que começa a ser definida agora, exerce papel importante sobre o mercado, pois já estamos com um pouco de excesso de oferta de café a nível mundial.

Aqui no Brasil, viemos de uma safra, em 2013, que foi ligeiramente rebaixada, também em setembro, pela Conab, para um patamar de 47,5 milhões de sacas. Foi uma produção em ciclo de baixa safra, na maioria das regiões produtoras.

Assim, para o próximo ano seria esperada uma safra bem mais alta, fontes do comércio de café indicando números de 55 – 60 milhões. No entanto, o próprio exame dos ciclos produtivos anteriores, mostra que o ciclo bienal de café no Brasil foi atenuado, ou seja, não temos tido safras muito altas nem muito baixas. Deste modo, com essa premissa, a safra 2014 já não apontaria para um pico de muita alta.

A observação nas lavouras, agora pós-florada, também leva para uma expectativa, ainda inicial, de que realmente não teremos uma supersafra, ao contrário, em muitas regiões teremos menos volume de safra.

Voltando ao tema da florada dos cafeeiros, agora mais sobre os aspectos de manejo das lavouras, vemos que ela está refletindo problemas enfrentados pelos cafeicultores no último ano. Premidos pelos preços baixos, muitos produtores reduziram os tratos, especialmente quanto à ultima parcela de adubação, reduzida ou retirada. Em sequência houve muita chuva de inverno, que lavou os nutrientes, especialmente o N restante, em profundidade. Essa condição de umidade favoreceu o ataque de doenças, a ferrugem e também a cercosporiose, mais ativas sobre plantas estressadas nutricionalmente.

O quadro atual da maioria das lavouras e na maioria das regiões cafeeiras é de cafezais que floresceram com as plantas bem desfolhadas. Em razão disso e dos preços baixos, cresceu a área de lavouras podadas, especialmente por esqueletamento, no sistema safra zero, pois com baixa produtividade não compensa tratar e colher. Isto aponta, obviamente, para outro fator de redução da capacidade produtiva do parque cafeeiro.

Cafeeiros desfolhados ou florescem menos ou não garantem o pegamento da florada. Isto é um fenômeno bem conhecido. Neste ano, também, obsevamos um aspecto de florescimento anormal já verificado em outras situações. Em muitas áreas a chuva de florada foi pouca, de apenas 15-20 mm, o que provocou a formação de botões que não abriram ou abriram em flores pequenas. Interessante e novo, no caso, foi verificar que plantas mais enfolhadas e variedades/espécies mais tolerantes à seca, suprindo melhor a água para sua pare aérea, junto aos botões, possibilitaram a abertura normal das flores. Também, produtores que trataram bem as lavouras, ou, mesmo, variedades resistentes à ferrugem, que desfolharam pouco, apresentaram melhores floradas e, com certeza, nelas haverá pegamento maior da frutificação.

As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint.

http://www.cafepoint.com.br/radares-tecnicos/manejo-de-lavoura/fundacao-procafe-florada-mostra-problemas-e-acertos-nas-lavouras-de-cafe-86013n.aspx

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